Manejo da dor
Neste último post do meu blog iremos discutir como é feito o manejo das crises de dor. Focaremos na dor aguda em adultos.
SINTOMAS
Dr Tiago Siqueira
2/2/20252 min ler


Manejo da Dor Aguda
Introdução
O manejo da dor aguda visa aliviar o sofrimento, melhorar a recuperação e a qualidade de vida do paciente, especialmente no período pós-operatório. Para isso, é crucial considerar as condições médicas e psicológicas do paciente, idade, tipo de cirurgia e preferências pessoais. A estratégia ideal envolve uma terapia multimodal, combinando diferentes tipos de tratamento para aumentar a eficácia e minimizar o uso de opioides, que são fortes analgésicos, mas podem causar dependência.
Mecanismo da Dor e Analgesia Perioperatória
A dor aguda resulta de trauma tecidual, inflamação e lesão nervosa direta, combinados com a experiência do paciente. As vias da dor são o alvo de vários agentes farmacológicos. O trauma tecidual libera mediadores inflamatórios que aumentam a sensibilidade à dor (hiperalgesia) e causam dor em resposta a estímulos não dolorosos (alodinia). A nocicepção, resposta fisiológica a um estímulo doloroso, envolve transdução, transmissão, modulação e percepção, cada um podendo ser alvo de diferentes agentes analgésicos.
Abordagem Multimodal
A analgesia multimodal é fundamental para o manejo da dor perioperatória. Ela envolve o uso de dois ou mais agentes com diferentes mecanismos de ação, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), paracetamol, gabapentinoides, cetamina e lidocaína intravenosa. Essa abordagem reduz a necessidade de opioides e seus efeitos colaterais, como depressão respiratória, sedação excessiva, náuseas, vômitos e constipação.
Estratégias Personalizadas
O plano de analgesia deve ser individualizado, considerando fatores como a intensidade e a duração esperada da dor. Para dores leves, a combinação de AINEs e paracetamol pode ser suficiente. Em casos moderados, pode ser necessário adicionar anestesia regional, como bloqueios nervosos, ou gabapentinoides. Para dores severas, podem ser indicadas infusões de cetamina ou lidocaína, além de opioides em doses controladas.
Monitoramento e Ajuste do Plano
O monitoramento constante da dor e dos efeitos colaterais do tratamento é essencial para ajustar o plano de analgesia conforme necessário. Se a dor persistir ou os efeitos colaterais forem intoleráveis, o plano deve ser modificado. Pacientes com dor mais complexa ou que não respondem ao tratamento inicial devem ser encaminhados para um especialista em dor.
Transição e Descontinuação da Medicação
É importante ter um plano para reduzir e interromper o uso de analgésicos, especialmente opioides, à medida que a dor diminui. A transição gradual e a educação do paciente são cruciais para evitar a dependência e garantir uma recuperação tranquila.